sábado, 31 de agosto de 2013

Concentração de Motard's na Vidigueira (Reportagem - dia 30 de Agosto)

Estava a ver um jogo de futebol entre dois colossos mundiais, quando, dum momento para o outro, deixei de ouvir o que os comentadores diziam. Pensei inicialmente que eram interferências na televisão, mas afinal tratava-se dum grande conjunto de motas que atravessava triunfantemente a rua onde eu vivo. Os motard's eram inúmeros e praticamente incontáveis. Traziam consigo a boa disposição, o protagonismo e o convívio mútuo. É claro que por vezes faziam um ruído ensurdecedor que quase me furava os tímpanos. Mas pronto, este é o momento deles e nós temos de os respeitar. Aliás, eu até me associei à festa!
A Vidigueira, vila pacata e decerto muito esbelta, recebeu, mais uma vez e invariavelmente, os novos visitantes de braços abertos. Mas, sendo eu, um Mensageiro muito curioso, desloquei-me ao local da concentração (ao lado das piscinas municipais) e vislumbrei bastante movimento de gentes e bens. Decerto que já passaram por ali milhares de pessoas. À entrada, estavam alguns polícias, prontos a prevenir/evitar quaisquer desacatos que se verificassem. Depois, visualizei centenas de motos estacionadas! Umas de alta cilindrada que faziam inveja aos olhos de qualquer pessoa! Eu também queria uma moto daquelas para mim, mas como não tenho carta de condução de motociclos e não sou um milionário, não posso aspirar a tal sonho! Paciência, fica para a próxima reencarnação deste ser lendário! 
Entrando na festa, observei inúmeros produtos à venda, relacionados directamente com a natureza do evento. Por exemplo, existia vestuário típico à venda para os homens das motos ruidosas! Eu não queria comprar tal traje, pois prefiro andar vestido de monge e vaguear por aí discretamente.
Eu olhava sempre no meu redor. Muitas pessoas comentavam este especial evento, fossem motard's ou visitantes curiosos. A verdade é que as pessoas divertiam-se imenso. Muitos bebiam cervejas e vinhos de qualidade, mas eu ficava-me pela inesquecível Coca-Cola! Eu também sou um bebedolas de sumos e água. A gente tem que aproveitar aquilo que é bom, certo? Eh eh eh
Chegado ao fim das tendas comerciais que constituíam assim uma cobiçada feira, eis que me deparava com um palco bastante iluminado, estando uma banda a actuar que imitava, com uma exímia perfeição, vários sons tradicionais de distintos grupos reputados (por exemplo: Os Xutos e Pontapés). Muitos bailavam e dançavam entusiasticamente. O grupo que cantava fazia parte do Moto Clube do Barreiro e cumpriu bem a sua função! Até eu comecei a dançar aos pulos! Felizmente, eu mantive-me sempre sóbrio, mas já havia quem tivesse abusado da pinga e bailava de forma desequilibrada! Mas as festas são mesmo assim!
Apesar de ter bebido moderadamente, comecei a sentir alguma fadiga. Tinha desperdiçado inúmeras calorias e é claro que tinha de reabastecer o meu organismo. Sendo eu um reputado lambareiro, desloquei-me às tendas que se encontravam do outro lado do palco e que serviam alguns alimentos deliciosos. Bebidas e sandes deliciaram o meu paladar e consolaram o meu estômago, embora os meus parcos bolsos tenham ficado ainda mais vazios! Ah, como eu tenho orgulho em ser lambareiro, e nem isso, a Ângela Merkel me poderá tirar!
Depois observei um terceiro tipo de tendas, desta feita, já na parte das traseiras do recinto das piscinas municipais e que serviam para hospedar os nossos motard's que entraram em grupo e em grande pompa! Reza a lenda de que muitas pessoas acorreram logo às varandas para testemunhar a sua passagem pelas nossas Terras de Paz.
Alguns dos nossos motard's quiseram ainda conhecer os pontos fortes do Concelho. O Mensageiro da Vidigueira sabe, através de conversas mantidas com alguns deles, que houve quem se deslocasse ao Castelo da Vidigueira, à Ermida de Santa Clara, às Ruínas de São Cucufate e à Casa do Arco (estes dois últimos espaços situam-se em Vila de Frades). Os mais atentos e conscientes da importância da cultura, ficaram logo a saber que estavam em terras do antigo condado do nosso ilustre Vasco da Gama e que outrora, foram ainda habitadas por comunidades antigas mas desenvolvidas, como é o caso da presença romana.
Depois desta visita relâmpago, fui-me embora. Tomei ainda o meu cafezinho para aguentar o esforço físico da minha célebre caminhada e regressei finalmente aos meus aposentos.
Se você aí em casa ainda não foi ao local da concentração, então largue o computador e faça o favor de ir. Traga os seus familiares e amigos, e acima de tudo, transporte consigo a boa disposição. Acho que vale mesmo a pena usufruir desta experiência.
Em seguida, apresentamos as fotos que conseguimos tirar. Todas elas são da nossa autoria, mas aceitamos a partilha livre, até porque o Mensageiro da Vidigueira é um ser lendário porreiro! Ele está em todas e distribui sempre uns bons ingredientes de humor!
Quanto aos nossos motard's, desejamos-lhes boas viagens e excelentes aventuras no futuro, e estejam à vontade, para visitar de novo a Vidigueira!




Imagem nº 1 - O Local da Concentração: inúmeras motas e carros estacionados.



Imagem nº 2 - Welcome to Vidigueira, where you can enjoy the night!



Imagem nº 3 - Centenas de motos coloriam este espaço.



Imagem nº 4 - Alguém quer comprar e oferecer-me depois uma moto destas?



Imagem nº 5 - Casacos para aguentar bem com o frio! Começa a nossa caminhada junto à feira aí instalada!



Imagem nº 6 - Também havia artesanato!



Imagem nº 7 - Aqueles óculos de sol e cascóis ficavam-me a matar! As miúdas ficavam logo todas a olhar para mim!



Imagem nº 8 - Eu também quero um boné desportivo!



Imagem nº 9 - Há-que vender T-Shirts nesta altura de calor!



Imagem nº 10 - Uma banda, pertencente ao Moto Clube dos Barreiros, brilhava no palco e criava diversas emoções positivas no público presente. Bora lá dançar efusivamente! Não sejam "cortes"!



Imagem nº 11 - Ao longe, tínhamos as tendas com mesas onde se provava a gastronomia local!



Imagem nº 12 - As pessoas andavam dispersas por tudo quanto era lado!



Imagem nº 13 - Mas os bonitos sons e a sempre admirável iluminação levavam o público presente à euforia total!



Imagem nº 14 - Mas era altura do Mensageiro retornar ao seu doce lar, sob pena de irritar o seu ancião temível que não tolera abusos!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

1000 visitas depois!

O primeiro passo foi atingido. Após um mês de intensa pregação, o Mensageiro da Vidigueira, esse ser lendário, alcançou a meta dos milhares de visitantes.
Cada vez mais, somos uma referência cultural na região. Até no "diz que disse" e nas demais cusquices, já falam desta personalidade erudita, mas acima de tudo, misteriosa.
Mas quem será este Mensageiro? 
Uma coisa é sagrada e segura, são os nossos leitores que nos tornam mais fortes e confiantes de dia para dia. Como sempre, gosto de partilhar convosco as minhas ideias e pensamentos. 
Continuaremos a defender os interesses da Vidigueira e de Vila de Frades. Contem connosco! Será que podemos contar com a sua paciência para ler e reler os nossos artigos?




Imagem nº 1 - O Mensageiro da Vidigueira tem cumprido os desígnios impostos pelo seu temível Ancião! 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Uma homenagem aos nossos Soldados da Paz

António Nuno Ferreira, Pedro Rodrigues, Ana Rita Pereira e Bernardo Figueiredo partiram em glória, depois de terem tombado ao serviço das comunidades, procurando assegurar a sua segurança e a proteção dos seus bens.Um acto de amor ao próximo que jamais deverá ser ignorado pelos portugueses. Pena que no topo deste país, poucos se lembrem destes verdadeiros heróis da Nação. Podem não ser ministros com currículo e uma carreira notável, mas são pessoas de bem, humildes e altruístas. Merecem ser tratados com o maior reconhecimento. 
Também aqui no nosso ilustre concelho da Vidigueira, já é uma tradição infeliz, ocorrerem fogos na Serra do Mendro (Alcaria da Serra). O último foi registado nos inícios de Julho e mereceu mesmo um artigo informativo no Jornal de Notícias. Mas desta vez, os nossos bombeiros do Alentejo uniram forças, e embora com algumas dificuldades, travaram este fogo, derrotando as intenções dos malditos incendiários. 
O Presidente da Câmara Municipal da Vidigueira, Manuel Narra, veio mesmo a público denunciar a ocorrência de fogo posto, argumentando que teriam sido encontrados indícios que sustentavam tal tese e exigindo assim punição exemplar aos bandalhos que por aí andam a destroçar a vida de muita boa gente. Ao que parece, o fogo parece ter sido ateado em 5 locais distintos, isto para além de ter sido detectado o rasto de uma motorizada.
Estes incendiários arrasam com o nosso país no Verão, comprometem vidas de bombeiros e os bens de muitas famílias que, durante toda a vida, lutaram honestamente para conseguir o que têm actualmente. O Sistema Judicial tem que ser implacável com estes bandalhos, com penas mais duras. Nos casos em que existissem mortes inesperadas, os incendiários deveriam ser acusados de Homicídio por Negligência. Os políticos da Assembleia da República também têm que dar um passo decisivo neste sentido, apostando no reforço da proteção florestal nesta época crítica do ano.
Já agora, e porque não convidar os nossos militares a assegurarem a proteção das serras e montes que normalmente costumam ser mais afectados?????
Está na altura de colocar ordem e evitar mais mortes desnecessárias que deixam as famílias desamparadas. A todas elas, envio o meu reconhecimento e sinceros pêsames. 
Por fim, dedico um poema a todos os bombeiros que pereceram ao serviço das comunidades!



Aos que partiram no combate às chamas!
(Poema da autoria do Mensageiro da Vidigueira)


Chamados ao seu último serviço,
Não hesitaram eles em vestir o equipamento,
E iniciar mais uma arriscada acção de salvamento,
Enfrentando a morte que não poupa qualquer experiente ou noviço.

Põem-se a caminho com os seus companheiros,
Para trás, deixam familiares e amigos,
Os nossos heróis não pensam apenas nos seus umbigos,
E, preparam-se assim, para a derradeira batalha nos outeiros!

As chamas são imensas,
Tal como a insanidade e a maldade do Homem,
Capaz de perpetrar na Natureza as maiores ofensas,
Com as florestas repletas de labaredas que as consomem.

Os fumos são entoxicantes,
Mas eles mesmo assim não recuam
Nestes cenários apavorantes!
E, quando sozinhos e desesperados, a Deus murmuram!

O Céu está à espera e acabará com as suas agonias,
Os seus corpos tombam,
As almas partem em glória,
E os incendiários, malvados, aqui impunemente ficam.

As famílias sentem-se arrasadas,
O povo solidário e revoltado,
Perante as vítimas que foram injustiçadas,
Neste País injuriado!

As almas destes heróis brilham no Firmamento,
São Marçal testemunhou os seus martírios
Que jamais cairão no Esquecimento,
Sendo recebidos no Paraíso com o maior dos divinais delírios!




Imagem nº 1 - Imaginem a coragem e a bravura dos nossos Soldados da Paz.



Referência Consultada:


sábado, 24 de agosto de 2013

Seria Cristóvão Colombo natural de Cuba (Alentejo)?

Eu sei que esta matéria não está directamente relacionada com o nosso maravilhoso concelho da Vidigueira, mas digamos que a temática tem merecido da minha parte uma atenção redobrada nos últimos tempos. O Mensageiro da Vidigueira é um ser lendário que gosta de investigar os variados mistérios da nossa história. Por isso, chegou a hora de abordar mais um!
Em 1492, Cristóvão Colombo, julgando erradamente ter descoberto as Índias, atingia na realidade as Antilhas, sendo que uma dessas ilhas merecia a designação de Cuba. Segundo um grupo minoritário de eruditos, esta mesma designação deve-se alegadamente ao facto de Cristóvão ter nascido e sido educado em Cuba (Pequena Vila Alentejana) e daí ter conferido esta atribuição geo-toponímica. De facto, os nomes são iguais. Mas será toda esta tese credível?
A teoria oficial defende que o grande descobridor das Américas era genovês. Teria sido aí tecelão, segundo um documento de 1498, cuja veracidade foi colocada em causa pelo investigador Manuel Rosa. Todavia, a crónica de D. João II, da autoria de Rui de Pina que o terá conhecido pessoalmente, assegura que Colombo era mesmo proveniente de Itália. De facto, torna-se muito difícil aceitar outra teoria que não a origem italiana deste célebre navegador. Além disso, há outros documentos, embora de menor importância, que chegam a atestar ligações íntimas de Cristóvão à cidade de Génova. Aí teria nascido entre 1436 e 1456, sendo que o ano de 1451 é o que reúne mais consenso. De acordo com esta teoria italiana, seria filho de Domenico Colombo e de Susana Fontanarubea.
Mas o assunto está longe de estar encerrado. Em primeiro lugar, estranha-se o facto de Cristóvão Colombo nunca ter escrito um documento em italiano, mas sim em castelhano com vários "lusismos" (isto é, o famoso "portunhol"). Todavia, também é justo referir que não há nenhum manuscrito seu redigido inteiramente em português, mas também nos estranha o facto de ele nunca ter utilizado a língua italiana... 
Como se não bastasse, Cristóvão sempre procurou ocultar as suas origens humildes, fosse um tecelão em Génova ou um jovem nobre da pequena vila de Cuba (Alentejo), até porque tudo isso contrastaria com o prestígio que obteria no futuro. Também há quem refira que ele seria judeu, algo que não seria seguramente permitido em plena época de Intolerância Religiosa na Península Ibérica, mas neste caso teve a proteção dos reis portugueses e castelhanos, até porque este homem detinha elevados conhecimentos a nível marítimo e cartográfico. A polémica continuaria com a tentativa de tornar Cristóvão Colombo num dos filhos bastardos do Duque de Beja, D. Fernando, alegando-se que o descobridor da América utilizava mesmo uma sigla cabalística cuja decifração poderia ser "Fernando, que detém a espada do poder de Pax Iulia [Beja], ligado com Isabel Sciarra da Câmara, são a minha geração de Cuba". Mas esta interpretação não me convence (não existirão outras?), pois não era costume os fidalgos mais reputados arriscarem a sua vida em viagens marítimas, acompanhadas por inúmeras privações. Os grandes descobridores eram normalmente escudeiros ou filhos segundos que tentariam a sua sorte num mar incerto, de forma a alcançar a ascensão social. Por isso, dificilmente Cristóvão Colombo pertenceria à importante Casa Nobiliárquica de Beja. Seria improvável, embora não de todo impossível!
Mas a tese de que ele seria português conta ainda com outros argumentos. O nome de Cuba atribuída a uma das ilhas descobertas por ele não é nada fácil de explicar. Citando o vídeo que apresentamos em baixo, apenas existiria uma localidade com essa designação toponímica na Península Ibérica e no Mundo Ocidental até então conhecido - ficava no Alentejo Português! Confesso que me sinto impotente para arranjar uma explicação racional para contornar este argumento, embora existam outras teorias que tendem a aceitar a origem do nome de Cuba na palavra taínos (significa: terra fértil abundante) ou coabana (lugar amplo). É verdade que a correspondência entre os nomes não é ainda suficiente para comprovar a origem portuguesa do navegador abordado, mas compreendo que seja um forte indício, basta saber se é verdadeiro ou se tudo não passa duma mera coincidência que poderá ter outro fundamento por detrás que ignoramos.
Infelizmente, sabemos muito pouco sobre a juventude de Cristóvão Colombo ou Colón. Os documentos não são claros e as contradições são reais, endeusando ainda mais o mistério. Daí as teorias de que ele seria genovês/italiano, francês, castelhano... e até português! Há ainda muito por explicar.
As certezas da sua vida só começam com a chegada a Lisboa, tendo estado em terras portuguesas entre 1476 e 1485. Aí casa-se com a portuguesa Filipa Moniz (mulher que professava num mosteiro feminino da Ordem de Santiago; ambos terão um filho: D. Diogo), isto para além de obter muitos conhecimentos a nível cartográfico. Em Lisboa, Colombo começa a desenvolver a sua vocação marítima. Teria visitado as ilhas da Madeira, das Canárias, a Guiné, a região da Mina... De facto, ele começa a criar o seu projecto marítimo em Portugal, acreditando mesmo que o Atlântico o levaria à Índia. Contudo, o seu projecto não fora aprovado pela Coroa Portuguesa que, talvez munida de outras informações secretas (derivadas de explorações marítimas privadas), não se deixou convencer pelo projecto. 
Em 1485, Cristóvão Colombo apresenta as mesmas intenções em Castela, tendo recebido, alguns anos depois, o apoio dos reis Católicos. Aí apaixona-se por Beatriz Enriquez, e desse caso amoroso, nascerá Fernando Colombo. Não creio que Cristóvão Colombo estivesse a fazer bluff, como se fosse um agente secreto de D. João II para ludibriar os reis castelhanos (como é indiciado no vídeo em baixo) - ele acreditaria mesmo na viabilidade dos seus planos em atingir a Índia pelo Ocidente, pois não há documento nenhum do mundo que comprove o contrário, excepto os mitos infundados que por aí circulam.
Em 3 de Agosto de 1492 parte para a aventura que marcaria, para sempre, a nossa História Universal, tendo chegado a São Salvador (actualmente Bahamas) no dia 12 de Outubro do mesmo ano. Entre 1493 e 1502, continua a explorar a zona das Antilhas e da América Central. O problema é que este continente americano constituiu, na altura, um obstáculo intransitável para atingir a Índia sonhada pelo navegador. Perdera essa batalha para o Magnífico Vasco da Gama (o nosso Conde da Vidigueira entre 1519-1524), mas é certo que, por outro lado, Cristóvão descobriria um continente recheado de ouro, prata, pedras preciosas e de mistérios acompanhados por civilizações surpreendentes. Fez-se luz sobre um continente até então desconhecido no Mundo de então. 
Cristóvão Colombo faleceria em 1506 em Valhadolid (Espanha) com 55 anos... Para trás, deixou uma carreira de prestígio, embora os seus primeiros anos mereçam ainda muitas discussões. Terá escondido o seu passado por ter sido demasiado humilde, o que não seria compatível com o estatuto posterior?




Vídeo nº 1 - A teoria que defende a origem portuguesa de Cristóvão Colón/Colombo em Cuba.
Retirado do Youtube, autoria de: Paulo Pereira




Imagem nº 1 - Estátua de Cristóvão Colombo na vila alentejana de Cuba que reivindica as suas origens.



PS: Já agora também Colos, freguesia do concelho de Odemira, reclama as raízes deste famoso descobridor, alegando que o seu nome real era Cristóvão de Colos



Referências Consultadas:

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Visita Guiada Virtual às Ruínas de São Cucufate

Hoje, os meus amigos e fiéis leitores não pagam bilhete de entrada nesta visita guiada que é virtual e reveladora da beleza e diversidade que caracterizam as ruínas de São Cucufate.
Antes de iniciarmos a visita, pedia-vos o favor de desligarem os telemóveis, de falarem baixinho e de estarem atentos ao que eu vou dizer. Já agora tenham um pouco de cuidado com as abelhas pois já não é a primeira vez que elas ferram uma ou outra pessoa, mas costumam ser casos isolados. Não se assustem! Aliás, nós estamos aqui para contemplar todo este espaço inserido numa paisagem bela!
Estamos perante uma vila romana que conheceu 3 ciclos/fases de construção nos séculos I, II e IV d.C. 
É sobretudo, nesta derradeira etapa do século IV que a localidade atinge o seu auge, assegurando a criação duma estrutura magnificente, cujas ruínas continuam a atrair o interesse de 3 000 a 4 000 visitantes (nacionais ou estrangeiros) por ano. Trata-se dum número revelador da importância deste local que é ainda atestada pelo espólio arqueológico transferido posteriormente para a Casa do Arco (Vila de Frades).
Exposta esta pequena introdução, preparem-se para caminhar um pouco, o que seguramente faz bem à vossa saúde (viva o exercício físico!). Coloquem os vossos chapéus, porque está muito sol, e tragam as vossas garrafas de água. Eu quero ver toda a gente confortável e preparada para uma boa lição cultural do vosso mensageiro preferido!



Imagem nº 1 - Preparados para a caminhada? O Mensageiro está à vossa espera! Vamos lá! Não percam o comboio do conhecimento!
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 2 - Só mais um esforço! Já estamos quase a chegar ao primeiro edifício!
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



1 - O Templo Pagão


O primeiro edifício que vos apresento é um templo romano do século IV d.C. É semelhante ao de Milreu (Faro), contudo não sabemos qual seria a divindade pagã consagrada neste edifício de S. Cucufate. Como sabem, o paganismo constituiu a religião oficial do Império Romano até 313 d.C., data da promulgação do Édito de Milão pelos imperadores Constantino I e Licínio que permitiu a liberdade de culto a todas as religiões. Todavia, em 380 d.C, o Édito de Tessalónica do Imperador Teodósio tornou a religião cristã como a oficial e dá-se assim uma decisiva inversão na história, com os pagãos a serem agora perseguidos. Por isso, é presumível que, no século V, este templo pagão se tivesse convertido num oratório cristão. Aliás, o sistema de crenças tinha mudado gradualmente na sociedade romana. O Cristianismo tinha suplantado o Paganismo!



Imagem nº 3 - A Vista Frontal do Templo Pagão.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 4 - Visualização a partir das traseiras do edifício.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira


2 - Os tanques


A vila possuía dois tanques que ladeavam a imponente casa do Proprietário da Vila. As suas dimensões são, de facto, consideráveis. É pouco crível que fossem utilizados para banhos, até porque existiam as termas, como veremos daqui a pouco. Contudo, as águas aqui concentradas permitiam a irrigação das hortas. Para além disso, existiria um sistema de canalização/aqueduto que abasteceria a vila inteira. Os romanos pensavam em tudo!



Imagem nº 5 - O tanque do lado sul da vila romana.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 6 - Um segundo tanque do lado norte da vila romana.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



3 - A Casa do Senhorio


A sua altura é invulgar. A estrutura possuiria dois pisos. Na parte inferior, estavam concentrados os celeiros e as adegas, isto é, espaços de armazenamento da produção agrícola. No piso superior/nobre, tínhamos as varandas, a sala de recepção dos convidados ilustres e ainda quartos. Era já um espaço apropriado para o conforto desta família abastada, cuja identidade desconhecemos, dada a ausência de manuscritos e inscrições. Mas a grandeza da sua casa tende a reforçar o poderio económico das gentes que lideravam os destinos desta vila.
A partir da varanda, o Senhor da Vila poderia ver os tanques, o jardim, o templo, os bosques, os montes.... Por outras palavras, conseguia controlar e inspecionar tudo! Era um sinal claro da sua afirmação pessoal perante todas as outras pessoas da vila.



Imagem nº 7 - Que imponente mansão! Os seus proprietários foram mesmo poderosos!
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 8 - Algumas das partes do edifício merecerão intervenções de restauro no futuro.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 9 - Os corredores de acesso no interior do piso inferior.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 10 - Espaço que corresponderia a um antigo celeiro ou adega.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 11 - Vamos subir esta escada? Não o faça, se tiver vertigens!
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 12 - A partir da varanda (piso superior) podemos ter uma visão bastante alargada.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 13 - A perspectiva possível a nascente, a partir da mesma varanda.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



4 - Mosteiro de São Cucufate (Idade Média)


Cuidado! Abaixem-se! Estamos a entrar no Mosteiro e uma dezena de pombas assustadas saem desesperadamente na nossa direcção porque temem a nossa presença! Atenção aos seus bombardeamentos líquidos! Já agora sabiam que existem também 2 ou 3 morcegos no local? Estes dados só foram para descomprimir o leitor para que possa dar umas valentes gargalhadas. Tem que haver um pouco de humor, senão a visita não mete piada, certo? Vamos então agora falar um pouco deste templo que se instalou numa época posterior à da existência da vila romana.
Em data desconhecida (no período visigodo ou só no século XIII?), instalou-se posteriormente o Mosteiro de São Cucufate, estando este dependente dos freires do Mosteiro de São Vicente de Fora (Lisboa). Os novos monges terão aproveitado a imponência do edifício abandonado pelos antigos proprietários romanos para instalar assim o seu novo templo, e tiveram ainda conhecimento do potencial agrícola da vila que teria sido totalmente abandonada em tempo incerto. Para além disso, desempenharam um papel activo na preservação arquitectónica e estrutural de todo este espaço. Foram ainda encontrados restos mortais dos nossos monges medievais. Numa das sepulturas, encontraram-se dois anéis, duas solas de sapato, uma enxó e um jarro, junto ao esqueleto que terá sido incorporado por alguém que se destacou na região, mas cujo nome desconhecemos.
Este Mosteiro, dedicado a São Cucufate (mártir cristão abordado no artigo anterior), seria substituído, no século XVI, por uma Capela dedicada a São Tiago Maior, tendo esta existido até ao ano de 1723, altura em que falece o último capelão que era sustentado pela Santa Casa da Misericórdia de Vila de Frades.



Imagem nº 14 - O antigo Mosteiro/Capela contém pinturas murais, cuja existência poderá remontar entre os séculos XIV e XVIII - a maior parte será talvez do século XVII, devendo-se à figura de José de Escovar.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 15 - Fresco mais antigo que retrata alegadamente São Cucufate acompanhado por duas Virgens Mártires.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira


5 - Sala de refeições ao ar livre


Nos dias, recheados de mais calor, os senhores da vila almoçariam ou jantariam ao ar livre. É uma tradição que chega ainda hoje aos nossos dias. Os romanos já saberiam tomar decisões, atendendo à situação climática do momento. E decerto que as refeições seriam boas, pelo menos, para a família poderosa que tinha tudo ali ao seu dispor.
Convém mencionar que este espaço teria sido anteriormente, no século II d.C., uma sala de recepção dos convidados.



Imagem nº 16 - Um espaço aprazível para saborear a melhor gastronomia.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



6 - Estruturas da Vila (Séc. I d.C.) e a Casa do Feitor


A Vila Primitiva conservava algumas estruturas rústicas mais humildes. Inclusive, detinha muros. Ainda hoje podem ser observadas partes da sua anterior existência, sendo depois modernizada com o decurso dos tempos e atingindo o auge no Século IV d. C., e é nessa altura, que surge a habitação do feitor nesse lugar.
Tal constatação comprova a existência duma hierarquia. Para além da família poderosa (proprietária da vila), tínhamos o feitor (que acompanharia talvez mais de perto o trabalho dos criados) e os servos que poderiam ser pessoas livres ou não. O que sabemos é que o feitor e os criados teriam acesso a umas pequenas termas junto às suas humildes habitações. Já não era mau de todo!



Imagem nº 17 - Restos das antigas estruturas da Vila do século I d.C. e das posteriores habitações do feitor e criados/servos.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



7 - Termas


Os romanos também gostavam de tomar os seus banhos. Aqui existiam estruturas para todos os gostos: termas de água fria ou quente. Talvez, a sua utilização dependesse do clima presenciado na altura. Houve ainda por parte do Senhor da Vila a intenção de projectar umas novas termas, ainda mais inovadoras, mas não chegou a concluí-las por motivo desconhecido. Será que lhe faltou o dinheiro à última da hora? Talvez, tenha passado por uma crise semelhante à nossa que é actual!



Imagem nº 18 - Vista das termas a partir da varanda superior.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



8 - Estruturas agrárias


O trabalho dos criados poderia ser doméstico ou visaria a produção agrícola que assentava em três produtos da Trilogia Mediterrânica: azeite, vinho e trigo. De facto, foi reportada a existência dum lagar (de azeite ou vinho?) com pesos cilíndricos. Para além disso, foram encontradas graínhas de uvas, ânforas (armazenavam o vinho), restos de talhas...
A produção obtida e armazenada seria canalizada maioritariamente para consumo interno, embora uma parte considerável tivesse sido ainda exportada para o mercado de Pax Iulia (Beja).



Imagem nº 19 - A lavoura terá constituído o principal meio de subsistência do lugar.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira



Imagem nº 20 - Os dois pesos cilíndricos situados num lagar.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira


E terminou assim a nossa visita. Gostaram? Nem precisam de dizer nada! Eu sei que adoraram e que tencionam visitar fisicamente o local. Sabem que tudo isto se encontra em Vila de Frades (Vidigueira, Baixo Alentejo). Por isso, peço educadamente que saiam dos vossos computadores e venham visitar as Ruínas de São Cucufate e a Casa do Arco. Vamos lá!


Referências consultadas: ALARCÃO, Jorge de - Roteiros da Arqueologia Portuguesa - S. Cucufate (5); CAETANO, José Palma - Vidigueira e o seu concelho; Conhecimentos legados pela Dra. Susana Correia - textos da Casa do Arco.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Quem foi São Cucufate, actualmente orago de Vila de Frades?

Em primeiro lugar, gostaria de alertar o leitor para o facto de existirem poucos registos documentais sobre este período da Antiguidade. Mais se informa, que as escassas fontes existentes, conseguem ser ainda contraditórias, o que pode originar diversas interpretações. Aqui nós optamos apenas por fazer a nossa leitura biográfica desta personalidade, mas qualquer artigo, assentado em manuscritos quase inexistentes e até bem posteriores aos acontecimentos, é sempre discutível na óptica da comunidade científica. Exposto isto, começamos então por (tentar) apresentar a biografia deste santo.
São Cucufate teria nascido na Província Romana de Cartago (Norte de África), talvez por volta dos anos 270 d. C.
Seria já oriundo duma família nobre cristã. Contudo, o Cristianismo ainda não era tolerado pelo Império Romano. Só o será oficialmente a partir de 313 d. C. pelo Édito de Milão promulgado pelos Imperadores Constantino I e Licínio.
São Cucufate teria iniciado os seus estudos no campo das letras em Cesariense, cidade-região da Mauritânia, e aí terá supostamente encontrado o seu fiel companheiro - São Félix. Contudo,  São Cucufate teve, desde cedo, que enfrentar um período de ferozes perseguições aos cristãos. Diocleciano e Galério defendiam acerrimamente o culto pagão e, por isso, não estavam dispostos a aceitar a doutrina de Jesus Cristo. Por isso, é crível que a sua ida para a Península Ibérica tenha sido motivada por perseguições realizadas em África. Também São Félix o teria acompanhado alegadamente nesta nova aventura.
Mesmo assim, o ambiente de repressão não terá esfriado o espírito de devoção de São Cucufate e de, seu companheiro, São Félix (também com origens africanas) que pregaram o Cristianismo na Catalunha. De imediato, os dois pregadores esquecem as suas origens ricas e distribuem os seus bens pelos mais necessitados. Aceitam o seu novo estado de pobreza e humildade. Entram em casas particulares, professando a fé cristã e deixando de temer a morte. O seu impacto começa a ser registado. Contudo, as perseguições seriam também reatadas em Barcelona. Neste âmbito, foi detido e presente a um primeiro julgamento diante do Prefeito/Pro-Cônsul Galério, sendo um dos excertos desse episódio narrado nos volumes da España Sagrada:

Galério - Diz-me, louquíssimo rebelde, em que confias para atrever-te a desapreciar os mandatos dos Imperadores e negar o culto aos Supremos Deuses?
São Cucufate - A quem, ó muito idiota, mandais que se dê culto, sendo não deuses, mas sim invenções feitas por parte do engano diabólico e necessidades de outros semelhantes a ti?


Resposta esta que não agradou mesmo nada a Galério que ordenou a sua imediata tortura. Mas São Cucufate não pereceria, pois resistiu aos tormentos a que fora sujeito.
De acordo com as escrituras da España Sagrada, seria depois a vez de Maximiano, também Prefeito Romano ou Governador Local, interrogar São Cucufate. Mais uma vez, a discussão foi assim narrada pela fonte já citada:

Maximiano - A que Deus veneras?
São Cucufate - Como perguntas com esse modo duvidoso, como se houvesse muitos deuses. Não há mais do que um, a quem eu venero, que fez o Céu e a Terra.
Maximiano - Pois se esse é o verdadeiro deus, vamos ver se ele te livra dos tormentos.
São Cucufate - De ti, ó execrável e de teu pai, o Diabo, com todos os teus tormentos eu me rio pela virtude de Deus, pois verdadeiramente és muito demente e miserável, por teres deixado a Deus e adorares caixas de demónios.

Maximiano também não apreciou as respostas deste santo e ordenou novas torturas. Reza a lenda de que quando iria ser queimado vivo, o fogo apagou-se com o vento que se fazia sentir e tal foi encarado por muitos cristãos, como um sinal de Deus. De regresso à cela, São Cucufate teria convertido os guardas que estariam a vigiá-lo. Por isso, os grandes responsáveis pela perseguição ao Cristianismo tinham razões para invejar e odiar os feitos deste jovem que afinal teria uma idade a rondar apenas os 20-30 anos.
Todavia, a existência heróica de São Cucufate e São Félix teria uma data marcada para o seu fim. Daciano, o novo governador local, chega a Barcelona em Julho de 304 d. C. e impõe inúmeras perseguições (talvez seguindo as ordens imperiais), o que por seu turno, originou diversas execuções. São Cucufate que se destacava, não escapou à crueldade do novo governador e do seu oficial Rufino. Desta vez, eles queriam assegurar a sua morte imediata, já que a tortura não estava a assegurar quaisquer resultados.
De acordo com a Enciclopédia - España Sagrada, o nosso santo foi degolado junto ao Castro Octaviano, talvez localizado a oito milhas (12 km?) de distância da cidade de Barcelona, ainda nesse mês de Julho de 304 d. C.. Logo após a tolerância oficial de culto datada de 313 d. C., vários foram os crentes que se concentraram no local do seu martírio, prestando uma tremenda devoção. No início do século IX, é mesmo fundado o Mosteiro de Sant Cugat (assim é designado em catalão, o nosso São Cucufate) que ainda hoje pode ser visitado em Barcelona.
O seu fiel amigo São Félix seria executado dias mais tarde em Girona, mas não seriam os únicos mártires canonizados a serem sacrifidos pelo impiedoso Daciano.
Em Vila de Frades, o culto à personalidade de São Cucufate iniciou-se na Idade Média com a existência dum mosteiro beneditino, embora construído em data desconhecida (já no período visigótico ou apenas no século XIII?), e ainda hoje, constitui um dos oragos da Freguesia. Existem mesmo pinturas murais/frescos em sua memória nalguns edifícios religiosos desta vila alentejana.





Imagem nº 1 - São Cucufate não deixava governadores e outros oficiais romanos sem resposta! Neste caso, estamos perante uma pintura mural da Capela de São Brás que retrataria talvez a presença do Santo perante Daciano ou Rufino, no julgamento que ditará a sua execução imediata.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira




Imagem nº 2 - A Degolação de São Cucufate junto ao Castro Octaviano (Proximidades de Barcelona), fresco visível na Capela de São Brás - Vila de Frades.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira 



Imagem nº 3 - O Mosteiro de São Cucufate (nas Ruínas Romanas) foi fundado na Idade Média em Vila de Frades.
Foto da autoria do Mensageiro da Vidigueira




Imagem nº 4 - O Mosteiro de Sant Cugat em Barcelona, cuja acção na Idade Média foi fundamental.




Fontes Consultadas:

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O Dia Mundial da Juventude

No dia de ontem, isto é, 12 de Agosto de 2013, comemorou-se o Dia Internacional da Juventude. 
Os Jovens de hoje estão a sofrer um verdadeiro flagelo no nosso País. Durante a última década, pouco ou nada tem sido feito para inverter o aumento do desemprego jovem. Não há uma política coerente. Por vezes, a juventude tem mesmo que emigrar para conseguir um trabalho decente. 
Mas isto deve ser mesmo encarado como um mau sinal. Um País que ignora a importância dos jovens está a cometer um erro crasso e a hipotecar o seu futuro. Os jovens são vitais para segurar o Sistema de Segurança Social (que está em risco e beneficia, através de pensões ou reformas, todos aqueles que trabalharam dignamente durante décadas), garantir a Natalidade (para alcançar a regeneração e o futuro da Nação) e a Inovação (os jovens costumam ser empreendedores e agentes de mudança).
Mais do que tudo é necessário mudar mentalidades. Não basta apenas apostar na formação dos jovens, é imperioso também criar condições para que eles apliquem os conhecimentos em prol do seu país de nascença. É necessário acabar com as cunhas e os tachos que nunca premiaram os méritos, mas sim as intimidades inter-pessoais. Só os jovens e as gerações vindouras poderão propor um novo rumo, distanciando-se deste Sistema que está gasto e podre!
Por isso, você aí que está em casa, procure dar uma boa instrução aos seus filhos. Nunca se sabe se eles irão ser amanhã os heróis da nossa Pátria, pois é neles que teremos de depositar as nossas esperanças. 
Talvez, esses jovens aprendam uma coisa que muita gente lá dos píncaros nunca se lembrou - pensar no dia de amanhã e transmitir um  legado mais justo àqueles que nos substituirão no futuro.




Imagem nº 1 - Os jovens são a última esperança deste país!


A todos os jovens do nosso país, dedico o seguinte poema:


Os Jovens de Hoje e de Amanhã
(Poema da autoria do Mensageiro da Vidigueira)

Os nossos queridos jovens,
Actualmente encarados como dispensáveis
Por um País que recebe erradas ordens
De reinantes miseráveis!

Eles procuram estudar
E conseguir a entrada na Universidade
Através da sua infindável produtividade
Que decerto chegam a evidenciar!

Licenciados e Mestrandos,
Com a sua Formação académica concluída,
Conhecem agora a realidade dos desmandos,
Têm de constatar que o País está a pagar uma colossal dívida!

Infelizmente, o Desemprego vos espera,
 Não há quem vos compreenda!
Seja Verão, Outono, Inverno ou Primavera!
Não mereciam decerto esta severa reprimenda!

Mas só vós, podereis mudar esta triste realidade!
Marchar perante os tachos e a corrupção,
Derrubar os Dinossauros da mediocridade!
E assentar a justiça e a harmonia, a bem da nação!

Boas iniciativas culturais da Câmara Municipal da Vidigueira

Em primeiro lugar, eu quero que fique já esclarecido um assunto. O Mensageiro da Vidigueira está proibido, sob pena do seu ancião o castigar com tortura ou vudu (ler a lenda em baixo das sondagens deste blog), de falar em política. Apenas posso partilhar convosco temas de carácter cultural, garantindo assim neutralidade e imparcialidade durante as campanhas pré-eleitorais em curso.
Mas é justo ressalvar duas acções de cariz educativo que merecem ser elogiadas. A Câmara Municipal da Vidigueira assegurou a criação duma nova sede para o Agrupamento de Escolas, isto para além, de ter cedido recentemente manuais escolares a todos os alunos do concelho desde o 1º ao 3º ciclo, uma iniciativa que deveria estender-se ao resto do país, dado que esses livros costumam ser caros e, por isso, muitas famílias enfrentam elevadas despesas para assegurar tais manuais aos seus filhos. Também algumas bolsas de estudo serão garantidas aos alunos do Município que frequentam o Ensino Superior.
De facto, é importante que se proporcionem condições para uma boa educação, na qual as crianças e os jovens serão beneficiados com o nosso legado cultural.
Apostar na Juventude é, sem dúvida, acreditar no dia de amanhã!




Imagem nº 1 - Os Manuais costumam ser caros, mas na Vidigueira, tudo se resolveu da melhor forma para as famílias.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Francisco da Gama, 2º Conde da Vidigueira

Recentemente, elaboramos um texto sobre a vida de Vasco da Gama, mas este exímio navegador da Pátria havia falecido em Cochim (Índia), na véspera de Natal do ano de 1524. Era altura de assegurar a sucessão no Condado da Vidigueira. Seria uma tarefa inglória exigir ao sucessor que alcançasse o reputado nível do primeiro conde, ou até, se quisermos dizer, do responsável pela criação deste condado no Baixo Alentejo.
Como era natural naqueles tempos, a escolha recaía no filho primogénito. Neste caso em concreto, D. Francisco da Gama assume os destinos da Vidigueira e Vila de Frades. Vamos agora conhecer um pouco da sua vida.
Suspeita-se que terá nascido por volta de 1510. Como já disséramos, era filho de Vasco da Gama e de sua mulher, Catarina de Ataíde. Não sabemos quase nada sobre os anos iniciais de Francisco, mas é provável que tivesse sucedido logo ao pai (morre em 1524), enquanto Conde da Vidigueira. Teria talvez cerca de 14 ou 15 anos. Por outras palavras, era ainda um adolescente.
Mas não nos iludamos. Francisco da Gama, mesmo nunca alcançando a notoriedade mundial de Vasco da Gama, fez mais obra na Vidigueira do que o seu progenitor. Como sabemos, Vasco da Gama ficara famoso na Vidigueira pela colocação do sino de bronze na Torre do Relógio (em 1520) e pela sua devoção diante do Convento de Nossa Senhora das Relíquias. Mas o seu filho Francisco foi mais longe em termos de obra material neste espaço. 
Em 1545, Francisco da Gama e D. Guiomar de Vilhena (sua mulher, filha do 1º Conde de Vimioso) fundam o Convento de Nossa Senhora da Assunção em Vila de Frades. Trata-se duma instituição monástica que, ao ser integrada na Província da Piedade, acolheria os frades franciscanos/capuchos, e terá conhecido uma duração significativa, embora já estivesse extinta antes do ano de 1834 que ditaria o fim das Ordens Religiosas. Ainda hoje se podem observar possíveis muros duma cerca que alegadamente pertenceria ao Mosteiro. Também um rio, hoje seco, atravessava as suas antigas propriedades. 





Imagem nº 1 - Seria este rio (hoje seco) que atravessava as propriedades do antigo Convento de Nossa Senhora da Assunção em Vila de Frades? A pequena e antiga ponte que também visualizamos parece ter sido obra dos franciscanos.
Foto da autoria de Manuel Carvalho


Mas o legado de D. Francisco da Gama e de sua mulher não fica por aqui. Revelando uma devoção religiosa enorme, continuam com as suas missões piedosas e, em 1555, ordenam a construção da Ermida de Santa Clara na Vidigueira. Este novo templo atrairá festividades, romarias, peregrinações, actos de devoção. 



Imagem nº 2 - A Ermida de Santa Clara na Vidigueira.
Foto da autoria de Vítor Oliveira in: http://www.flickr.com/photos/vitor107/4709514505/


Estas foram as duas principais obras do Segundo Conde da Vidigueira, um homem que valorizou o culto cristão e que queria transmitir ideias nobres às povoações da altura. 
D. Francisco da Gama foi ainda Almirante da Índia Oriental e Estribeiro-mor de D. João III. 
Não sabemos a data do seu falecimento, nem há meios seguros para obter provas a esse respeito. Alegadamente, D. Guiomar de Vilhena terá perecido em 1585, mas nessa altura, já não tutelava o Condado, mas sim D. Francisco da Gama (não façam confusão pois este seria o Quarto Conde da Vidigueira e neto do seu homónimo que está a ser aqui alvo duma biografia). Ou seja, pelo meio, ainda há um Terceiro Conde - Vasco Luís da Gama (nome semelhante ao do descobridor do caminho marítimo para a Índia) que falece na desastrosa batalha de Alcácer Quibir em 1578. Logo, D. Francisco da Gama, segundo conde, deveria ter falecido antes de 1578, isto é, alguns anos antes da sua mulher. Este parece ser um raciocínio correcto, e por isso, posso então avançar que D. Francisco da Gama terá falecido, talvez depois de 1555, mas ainda antes de 1578.
Se a nossa intuição não estiver errada, o segundo conde da Vidigueira teria assumido o seu cargo entre 31 a 54 anos, muito mais tempo do que o seu famoso progenitor - Vasco da Gama (apenas cerca de 4-5 anos).
Teria vivido entre 45 a 68 anos. Estes foram meros cálculos mas que não deverão andar muito longe da realidade.
É provável que os seus restos mortais não tenham sido trasladados para Lisboa, e permaneçam ainda no Convento de Nossa Senhora das Relíquias (Vidigueira), isto se não tiver sido sepultado noutro espaço que desconheçamos, até porque os pormenores que envolveram as suas últimas vivências continuam por desvendar...
Em suma, e para não originar confusões entre potenciais homónimos, esclareço, por fim, que os primeiros quatro condes da Vidigueira foram estes:

1º Vasco da Gama (1519-1524) - Já abordado
2º Francisco da Gama (1524-?) - Já abordado
3º Vasco Luís da Gama (?-1578)
4º Francisco da Gama (1578/1595-1632)



Fontes Consultadas: