Mais uma vez, prometo-vos um texto repleto de incertezas e curiosas impressões. Mas não será isto que torna a História fascinante? Eu creio que sim!
Com este artigo, entramos na secção destinada aos monumentos megalíticos que remontam à Pré-História. O problema é que estas estruturas remotas continuam a dar azo a intensos e inconclusivos debates na comunidade científica. De facto, e pelo que me foi possível apurar, no caso concreto dos menires (que nos interessa aqui abordar), concluo imediatamente que os mesmos poderiam ter inúmeras funcionalidades, de entre as quais se destacam as seguintes (talvez as principais): a adoração de um Deus, a celebração dum acontecimento importante, o culto da fecundidade, orientação de locais, definição de marcos territoriais...
Em suma, estamos perante múltiplas interpretações sobre a mesma tipologia patrimonial. É natural que assim o seja, pois estamos a falar de estruturas construídas há uns milénios atrás. Por isso, quase nada se sabe sobre esse período remoto.
O que é que então sabemos sobre o menir? Traduzindo por palavras simples, é um grande bloco de pedra, cravado verticalmente no solo que conhece origens pré-históricas e funcionalidades que poderão variar de caso para caso.
O menir de Mac Abraão, localizado em Vila de Frades, não foge a este panorama geral. Talvez remontará algures entre os anos 3 000 a. C. e 2000 a. C. Por isso, pode tratar-se dum monumento do Neo-Calcolítico.
Para que serviria esta estrutura? Remetemos imediatamente o leitor para o segundo parágrafo. Infelizmente, não dá para saber, com exactidão, qual seria a pertinência exclusiva daquele menir, mas é possível que um dos motivos registados em cima estivesse por detrás do mesmo.
Refere-se ainda que a pedra utilizada na sua construção terá sido proveniente dum afloramento rochoso situado a 1 km a noroeste do local onde foi erguido o mencionado menir.
Podem ainda ser visíveis incisões geométricas na referida estrutura, nomeadamente círculos e linhas picotadas.
Actualmente, o menir está tombado e semi-soterrado, contudo terá chegado a medir 4 metros de altura, o que é deveras fascinante.
A presença desta estrutura pré-histórica poderá atestar a existência duma comunidade bastante antiga no espaço que hoje corresponde à Freguesia de Vila de Frades. Recorde-se também que foram encontrados achados arqueológicos nas Ruínas de São Cucufate que também remetem para este período. Na Casa do Arco, que conserva todo esse espólio, podemos aceder a restos de cerâmica, a pedra polida e a pedra talhada desse período.
O menir de Mac Abraão situa-se a 6 Km da Vidigueira, numa zona completamente ruralizada, visto que o monumento está rodeado por terrenos agrícolas.
Imagem nº 1 - O Menir de Mac Abraão em Vila de Frades.
Foto retirada de: http://www.lifecooler.com/baixoguadiana/desenvRegArtigo.asp?reg=351496 (Câmara Municipal da Vidigueira, Junta de Freguesia de Vila de Frades).
Referências consultadas:
- http://arqueologia.igespar.pt/index.php?sid=sitios.resultados&subsid=53211, (Consultado em 30-07-2013).
- DGPC - Património Arqueológico; DGPC - Inventário Geral Património Classificado.
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