Uma Padeira da Vidigueira
(Poema da autoria do Mensageiro da Vidigueira)
Percorria eu uma calçada,
Com o coração por alugar,
Mas ninguém, com a crise, o queria comprar
Talvez pela minha postura reservada!
Mas contemplei numa pastelaria
Um hino à célebre Afrodite, a Deusa da Beleza,
Com olhos castanhos que me recordavam na doçaria
Os irresistíveis e saborosos bombons de chocolate!
Aquele corpo galante e divinal
Tinha a forma perfeita dum bolo irrecusável,
Esta sim é a combinação ideal,
Juntando o útil ao agradável!
Da próxima vez, não sei o que lhe pedir!
Se mais um doce, ou uma permissão para jantar,
Porque está escrito que alguém, nesta vida, terá de me aturar
Senão, a minha nobilitante inspiração vai regredir!
Ofereço-lhe uns girassóis?
Agora as mulheres não ligam nada às flores!
Escrevo-lhe uma carta expressando os meus amores?
Não, ela vai encarar minhas palavras como amargos rissóis!
Ajoelho-me perante ela e declamo-lhe um poema?
Ficará ela corada e embaraçada,
E nunca mais quererá assistir a semelhante dilema!
Pago-lhe uma apetecível laranjada?
Ou atira-me ela as laranjas à minha cara já defeituosa?
Ai ai ai! Isto é pior do que as contas do Coelho,
E das demagogias do Seguro,
A minha indecisão constitui um enormíssimo muro
Sempre que me vejo diariamente ao espelho!
Eu quero o pão carnal daquela padeira
Jovem, alta e com porte admirável,
Vou tentar encomendar o seu produto para a ceia
Esperando que o meu sorriso constitua factor irrecusável.
Imagem nº 1- Foto meramente exemplificativa retirada de:
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