quarta-feira, 5 de março de 2014

Poema XIII - Os velhinhos da paragem de autocarro (Vila de Frades)


Os velhinhos da paragem de autocarro (Vila de Frades)
(Poema da autoria do Mensageiro da Vidigueira)


Na paragem da camioneta,
Encontram-se uns idosos sentados confortavelmente,
Mas eles não seguem para lado nenhum seguramente,
Apenas contemplam o tempo que passou de forma discreta.


Guardam memórias ricas da aldeia,
Do trabalho dos campos e das suas tradições,
Outrora eles eram uns autênticos borrachões
Lançando a muitos corações uma chama que incendeia.


Mas agora estão parados,
Alguns recordam acontecimentos antigos
Onde se divertiam com familiares e amigos,
Mas a partida de alguns destes deixou-os mais abandonados.


Dizem que faleceu mais outra pessoa da comunidade,
À qual dedicavam eterna amizade,
Mas que agora deixava a terra mais desertificada
E a sua família completamente frustrada.


O tempo não recompensa missões piedosas,
Ele corta-nos os movimentos,
Impõe-nos uma inércia e passividade ruinosas
Que nos leva a expressar, no fim da existência, inúmeros lamentos.


O Centro de Dia tenta garantir a sua distração,
Mas a sua vitalidade está em declínio,
Já não sentem o mesmo fascínio,
E muitos deixam-se levar pela irremediável depressão.



Imagem nº 1 - Muitos senhores com idade avançada costumam estar na paragem de autocarros para conviver e recordar os melhores momentos da sua vida. O Local de paragem na imagem citada situa-se nas proximidades do Centro de Dia, Junta de Freguesia e Igreja Matriz de Vila de Frades.
Foto retirada do Facebook

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