quinta-feira, 27 de março de 2014

Poema XVI - Vila de Frades, o recanto duma terra pitoresca


Quando atravesso a desdenhada ponte,
Vejo, do outro lado, o Joaquim a realizar suas caminhadas,
O Jacinto a andar alegremente de bicicleta,
Tudo gente deveras simpática,
Valorizadora duma sincera Humildade
Que nos abre, com hospitalidade, este belo horizonte.

Pelo caminho recto, avisto posteriormente a Escola Primária,
À qual Fialho de Almeida deixou um legado,
Assim testemunha aí a Escultura de Bronze
Construída em sua merecida homenagem!
As crianças aí estudam e correm,
Debitam sobre as letras do alfabeto e as contas de matemática.

Mais à frente, dois edifícios de vulto
Impõem respeito aos curiosos!
A Igreja Matriz, imponente e sumptuária,
Representativa duma Paróquia
Onde se promoveu, por vários séculos, um culto sério
Em torno do Mártir São Cucufate.

A sede da Junta de Freguesia
Espelha uma arquitectura peculiar onde o atendimento
Decorre sempre com seriedade e harmonia;
Logo depois, vou tomar o meu café
No mercado, mais à frente, onde reina a simpatia,
Usufruindo assim dum agradável acolhimento!

Prosseguindo com o sábio trajecto,
Avistam-se, já de perto, as laranjeiras da Praça 25 de Abril,
No centro, alguns velhinhos falam das novidades
Junto à centenária e simbólica "Bica",
Uns desesperam pela inauguração do Centro de Leitura,
Outros vão jogar as suas desafortunadas raspadinhas!

Ao lado, os antigos Paços do Concelho,
Encimados por uma torrela com sino de rebate miguelino,
Atestam um passado independente
Garantido pelo antigo pelourinho
Símbolo da justiça medieval,
Onde se punia quem por aí cometia o mal!

Estamos ao chegar ao Arco,
No piso inferior, resquícios da antiga cadeia,
Conforme o gradeamento aí observado,
Onde se detinha o vulgar marginalizado!
As andorinhas por aí vagueiam
E anunciam-nos que agora o edifício é um museu
Que recorda a herança romana!

Sim, a poente da localidade encontram-se as enormes ruínas
Duma antiga e palaciana villa romana,
Onde uma família explorava o vinho e o azeite
Para deleite da comunidade local
Que, ao longo dos tempos, conhecera uma evolução total!
Quem me dera ter vivido no piso nobre e tomar banho nas termas!

Em Vila de Frades, brilha ainda o vinho de talha,
Que honrosamente é apresentado nas suas típicas adegas!
As suas ermidas destacam-se pela sua beleza interior
Reforçando a tradição religiosa
Que esteve na origem do nome desta saudável terra!
Ai que eu também já caminho como um frade!!!




(Poema da autoria do Mensageiro da Vidigueira)

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